...
Agora
trazes o corpo inquieto
abatido
num gemido que sufocas
arrastado…
Voa-te do olhar a esperança
da luz de cada dia
e da sede daquela
paisagem escondida
Onde tudo era fogo
Vida
Despertar…
E das mãos escorriam ternuras suculentas
espraiando-se no colo que recebia
o perfume doce do sonho…
Agora
trazes o corpo num vestido amarrotado
de pétalas murchas
e folhas descoradas
Agora
em ti
Só trazes outonos intermináveis…
Rosa Fonseca, “Sentires”
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A alma do livro
confunde-se com esta minha
alma alvoroçada
num rodopio veloz de palavras
a cruzar o tempo…
Num arremesso de vogais
em histórias desencontradas
decadentes de afetos…
A alma do livro
funde-se com o mundo de promessas
sobre os dias que passam
sem tempo para conjugar verbos
Sem tempo de ser…
Ser
Espera de silabas sonoras
E prosa sôfrega de enlaces.
A alma do livro confunde-se com a minha
A despertar poesia…
Rosa Fonseca